quinta-feira, 1 de maio de 2008

A volta de quem não foi com crônicas ótimas!

Oi, povo!

Desculpem-me pela demora em atualizar o blog.

Com a minha mudança de residência, fiquei sem telefone, computador, internet, etc. Também tive alguns problemas técnicos, mas tudo resolvido!

Agora, aproveitem as crônicas da turma do 8° ano da manhã. Estão MUITO boas!

Tem também o texto do aluno Ricardo do 8° ano da tarde: é a história dos três porquinhos contada na versão do lobo - hilária!

Não percam, na próxima postagem, as charges do 7° ano e os quadrinhos do 6° ano.

Até breve!



Entre animais e humanos

O consultório veterinário vive cheio. Quando precisei levar minha cadela “salsichinha” para tomar a primeira dose da vacinação, cães e donos não faltavam. Uma moça minúscula, com sua labradora enorme; uma mulher enorme, com sua pinscher minúscula; um homem barbudo e simpático com seu fox terrier, que pulava de um lado pro outro, animado; um rapaz sorridente que entrou carregando um vira-lata cinzento no pescoço, e uma mulher maquiada com sua gata no colo.
O que mais me chamou atenção no consultório, já que era a primeira vez que eu levava minha cadela em um, era a maneira como os donos conversavam. Quando entrava alguém com seu cachorro, ninguém parecia se importar com o nome da tal pessoa, mas sim com o nome do cachorro dela.
- Que linda, qual é o nome dela? – perguntou o homem barbudo, quando eu entrei com a minha cadela no colo.
- Dalila – eu respondi.
- Qual é a raça? – perguntou o rapaz, com o vira-lata no pescoço. O bicho ainda tremia de medo da vacina.
- Dachshund.
- Quantos meses ela tem? – perguntou a moça baixinha.
- Três meses.
Depois dessas perguntas, eu me sentava e as pessoas começavam a conversar entre si. Mas a conversa era sempre em 3ª pessoa, ou melhor, em 3º animal: sobre vacinação, coleiras, raças, ração, raiva, orelhas levantadas, orelhas abaixadas, coluna dobrada, coluna reta... Dalila olhava pra mim com cara de sono, como faria uma criança pequena em meio a uma festa de adultos: a maioria dos cães tinham mais de dois anos e preferia ficar deitados debaixo das cadeiras do que brincar com desconhecidos.
Durante a conversa, a porta da sala do veterinário se abriu, e dois homens passaram carregando um pastor alemão em uma maca, levando-o para a outra parte do consultório, onde faziam as cirurgias. O cachorro parecia dopado, e a sua dona, uma mulher de meia idade, chorava sem parar quando se sentou na sala de espera. A dona da pinscher disse que ia ficar tudo bem, que era apenas uma cirurgia simples, e deu uns tapinhas de consolo nas costas da mulher.
Uns vinte minutos depois, os homens trouxeram o pastor alemão de volta, ainda meio dopado, mas andando sozinho. Ele estava com uma tala na pata de trás, e a sua dona não teria ficado tão alegre se tivesse ganho na loteria. Pegou o cachorro, que balançava a cauda satisfeito, e levou de volta para casa.
É interessante ver como as pessoas se apegam aos seus animais, parando de falar nelas mesmas para dar toda a atenção e carinho aos seus amigos peludos. Querendo ou não, os bichos de estimação sempre acabam sendo mais importantes do que se espera, entrando de vez na vida das pessoas e fazendo parte da família, virando os melhores amigos do homem.
Isabor
Cachorros e crianças.

Eu estava numa pracinha, esperando minha tia e minha avó. Nós íamos passear por Recife e eu iria aproveitar a oportunidade para comprar meu presente de aniversário. Até o momento, cinco horas da tarde tudo parecia estar normal, cachorros passeavam e brincavam com seus donos e alguns ainda me cheiravam e babavam com aquela quantidade excessiva de saliva.
Mas, houve um conjunto desses, dono e cachorro, mais exatamente dona e cadela que me chamou a atenção. Elas pareciam mãe e filha, já que a cadela toda arrumada, penteada e escovada tinha a cara de uma bonequinha. A senhora aparentava depositar no animalzinho todo o seu amor e o do resto do mundo.
Em contrapartida, no lado obscuro da praça, comecei a perceber movimentos de crianças pobres que, embaixo das copas das árvores, tentavam se esconder da chuva. Naquele momento, me veio um sentimento ruim, uma angustia, perguntas se atropelavam na minha cabeça em transito. Por que muitas crianças têm menos cuidado e carinho que alguns animais? Fiquei com raiva daquela situação e mais ainda quando me deparei imóvel. Mas, eu não tinha o que fazer, estava apenas observando.
Os minutos se passavam minha tia e avó não apareciam. Já eram cinco e meia e o céu começava a escurecer... Como ficariam aquelas criaturinhas sozinhas e desprotegidas? Tudo isso deve se passar pela cabeça de alguém, mas são poucos os que optam por cuidar de uma criança. Talvez um dia, quem sabe, possam perceber que elas, as crianças são a fonte de alegria e esperança do mundo e ainda onde podemos depositar toda nossa potencialidade de amor, já que são capazes de com gestos conscientes de seres que pensam e sabem o que realmente sentem devolver tudo o que lhes foi dado.


Pernambuco, 10 de dezembro de 2007
Maria Alencar Barreto


A fila do banco

Eu estava à caminho do shopping, mas sem dinheiro. Passei no banco, que estava lotado, a fila nem cabia dentro do banco e, pior, não tinha onde estacionar. Parei em local proibido e deixei no pisca-pisca.
Quando eu já estava na fila, dentro do banco, pelo menos, dei uma olhadinha para saber quanto da fila ainda faltava e, neste movimento, arredei um pouquinho da fila e quando voltei, um homem bem maior do que eu havia passado em minha frente. Então, eu lhe disse: Hei, você estava atrás de mim! E ele respondeu: Você saiu da fila, tampinha. E eu neguei: Mas eu só estiquei a perna para olhar lá na frente. Ele me encarou com os olhos, não disse nada e virou-se.
Eu não estava disposto a enfrentá-lo, nem a esperar por aquela fila. Desisti do shopping e resolvi fazer churrasco em casa. Quando saí do banco, estavam rebocando meu carro.
Depois disso tudo, concluí que devemos sempre pensar antes de agir, pois cada ação resulta numa reação.

Felipe G. Saggin



Comportamento no cinema

Muitas pessoas gostam de ir ao cinema para ver um filme novo que acabou de ser lançado, ou um filme que já viram, gostaram e que querem ver de novo. Também para estar junto dos amigos, ou para aproveitar o escurinho e namorar. Eu, particularmente, já fui ao cinema com todos esses objetivos.
O comportamento das pessoas varia de acordo com as sessões que irão assistir, como, por exemplo, os filmes que acabaram de ser lançados. No início da sessão, quando abrem a porta que dá acesso à sala, uma fila quilométrica, com pessoas de todos os tipos e idades, esperam anciosas para ver a novidade. Quando entram na sala, começa o "arranca-rabo" para pegar os melhores lugares e as tentativas de guardar lugares para os amigos que ainda não chegaram ou que ficaram comprando a pipoca. Durante a exibição dos trailers de outros filmes, as pessoas começam a se agitar. Começam as conversas, o barulho das pipocas sendo mastigadas, as primeiras bolinhas de papel são jogadas pela turma do fundão, os casais se beijam e as crianças gritam, choram ou riem com os trailers dos filmes infantis.
Quando o filme começa, automaticamente, todos se calam e se ajeitam em suas cadeiras. Depois de um tempinho, iniciam-se, novamente, as conversas e sussurros, dessa vez mais baixos, os “piiiiiiiissssssssssiiiuus” também, na tentativa de pedir silêncio.
Quando o filme acaba, os que gostaram puxam aplausos, que geralmente são seguidos e acompanhados de assobios e gritos. Depois, todos saem comentando sobre o filme.
Por tudo isso, gosto de ir ao cinema, não só por causa do filme, mas por todas as coisas engraçadas que acontecem lá todo o tempo.

Davi Souza Marinho

Tudo se repete

Era meia noite, não havia conseguido dormir, pois no salão de festas do prédio no qual eu morava, estava um barulho infernal. O barulho era tão grande que acho que dava para escutar do outro lado do mundo.
Depois de quatro horas tentando dormir, tomei uma iniciativa. Fui à festa reclamar. Já entrei gritando e desligando o som. Depois de cometer esse ato, vieram dois rapazes muito fortes, com braços do tamanho do monte Everest, e foram logo dizendo, “Pô meu irmão, o que é isso? Você acha que é quem?” Ao ver aqueles músculos, me intimidei e antes que eles partissem para cima de mim, expliquei minha situação dizendo que não havia conseguido dormir, pois aquela música estava muito alta. Por incrível que pareça, o pessoal da festa me entendeu e parou a música. Fiquei muito feliz, pois os jovens de hoje não são muito compreensíveis, mas esses foram.
Depois de muito tempo, consegui dormir algumas horas, antes de ir para o trabalho. Tive um dia duro e estava com uma dor de cabeça muito forte, mas pensei: ‘‘Nada como uma boa noite de sono para fazer a dor passar’’. Quando comecei a pegar no sono, ouvi aquela música de novo e lamentei: “Ah não, de novo não!!!”

Eugênio

Duas gatas e um pensamento mudado

Lá estão elas, sempre aos nossos pés, espiando, olhando como se tivessem procurando algo. Eu só queria saber o que elas estão pensando. Às vezes, acho que querem carinho, então elas se deliciam só por eu passar, levemente, a mão sobre suas cabeças ou por alisar seus pescoços e elas se viram de barriga para cima pedindo bis.
Antigamente, eu não gostava de gatos. Achava que eram animais preguiçosos, que não fazem nada e que não gostam do dono. Mas, com a convivência, mudei de idéia. Não, que gatos não sejam preguiçosos, mas com o fato deles não fazerem nada, eu não concordo de jeito nenhum. Tanto que eu já perdi a conta do número de jarros e copos que elas quebraram, de isopores que já rasgaram, flores destruídas e outras coisas, mas o estranho é que quando você as pega em flagrante e grita, elas nem ligam, saem vagarosamente como se só estivessem olhando.
Mudei de idéia drasticamente quando falam que gatos não gostam do dono. Minhas gatas, Anita e Magali, são perfeitas companheiras. Gatos estão sempre com você nas horas tristes, quando ficam grudadas em você de cabeça baixa como se compartilhassem de sua tristeza e também de momentos felizes, como quando você chega em casa louco para contar que tirou um dez e elas estão na porta esperando. Mesmo sem saber o que elas estão pensando, dá para perceber que estão felizes. E é por isso que gatos são ótimos animais de estimação e, acima de tudo, ótimos amigos.

Lucas Soares



Um comentário:

Anônimo disse...

adorei as cronicas muitos criativas e exemplares...
atenciosamente,
GABRYELLA