quinta-feira, 26 de junho de 2008

Prosa poética: 8° ano

Quando uma crônica ou um conto apresenta certas características típicas da poesia, como os recursos de linguagem (rimas, repetições, figuras estilísticas), dizemos, então, que trata-se de uma prosa poética, pois temos um texto que, em seu todo, está inserido num determinado gênero, mas que possui características poéticas.
Os textos a seguir são exemplos desse tipo de prosa e foram criados pela aluna Maria Alencar.
Um dia para abrir os olhos

Depois daquele dia nada parecia igual, eu dormia e agora tinha despertado de um sono centenário, as pessoas me soavam mais suaves de forma que eu não compreendia. Então o tempo foi passando e eu continuei a observá-las e a escrever suas imaginações. A partir daí o mundo me dava inspirações, tudo se esclarecia e eu até senti uma saudade aliviada dos tempos de sono, sono aquele que me trazia preguiça. “Cuidado menina, se não tua vida enguiça!”. Dizia aquela que me pariu e criou. Mas, logo tudo mudou, pois quando a gente vive bem a nossa vida, podemos sentir o quanto é bom acordar, reciclar a preguiça e transformá-la em atitudes poéticas. Minha vida ficou diferentemente melhor com a chegada da poesia poeticamente incorreta e livre.






Já foi bom ser criança


E toda a gente brincava na rua, se sacudia na rua, pulava na rua e até voava na rua de tão grande que eram as nossas asas. Mas, teve um dia que o caçador pegou os passarinhos e eles já não podiam mais fazer nada. E foi assim que ficamos, presos numa gaiola, sem saída, sentindo falta daquele tempo de menino e menina que, até só de calcinha e com apenas uma pedrinha os amigos se divertiam. Era assim naquela época, sem maldade, mas agora, a alegria se perdeu num labirinto de tristezas, onde só a solidão não é sozinha e a dor é a sua companheira.



Maria Alencar

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu,amei,acredito que essas pequenas prosas podem transformar as pessoas , apenas com sua realidade poética, no entanto duras que trazem contigo lições pelas quais nem a vida nos ensina. Ainda precisamos de mais, ou seja, nos atrevermos nesses pequenos textos que levam junto a ti um legado, legado esse que é de maneira descontraída lembrar bons tempos.
Débora, 15 anos